A Sermão 167.
São Pedro Crisólogo.
São Pedro Crisólogo.
Sermão 167; CCL 248, 1025; PL 52, 636
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja.
«João Batista veio até vós [...] e não acreditastes nele» (Mt 21,32)
«João Batista proclamava: 'Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus'» (Mt 3,1). [...] Bem-aventurado João, que quis que a conversão precedesse o julgamento, que os pecadores não
fossem julgados mas recompensados, que os ímpios entrassem no Reino e não na punição. [...] Quando proclamou João esta iminência do reino dos Céus ? O mundo estava ainda na sua infância [...]; mas para nós, que hoje proclamamos essa iminência, o mundo está extremamente velho e cansado. Perdeu as forças, perde as faculdades; os sofrimentos acabrunham-no [...]; clama o seu enfraquecimento, ostenta todos os sintomas do fim. [...]
Estamos a ir a reboque de um mundo que se evade; esquecemos os tempos que aí vêm. Estamos ávidos de atualidade, mas não temos em consideração o julgamento que se aproxima. Não acorremos ao encontro do Senhor que chega. [...]
Convertamo-nos irmãos, convertamo-nos depressa. [...] O Senhor, pelo fato de tardar, de ainda esperar, revela o Seu desejo de nos ver voltar para Ele, o desejo de que não pereçamos. Na Sua grande bondade, dirige-nos sempre estas palavras: «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, de maneira que ele tenha a vida» (Ez 33,11). Convertamo-nos, irmãos; não tenhamos medo de o tempo estar a acabar. O tempo do Autor do tempo não pode ser encurtado. A prova disso é aquele malfeitor do Evangelho que, na cruz e na hora da sua morte, escamoteou o perdão, se apoderou da vida e, ladrão do paraíso com arrombamento, conseguiu penetrar no Reino (Lc 23,43).
fossem julgados mas recompensados, que os ímpios entrassem no Reino e não na punição. [...] Quando proclamou João esta iminência do reino dos Céus ? O mundo estava ainda na sua infância [...]; mas para nós, que hoje proclamamos essa iminência, o mundo está extremamente velho e cansado. Perdeu as forças, perde as faculdades; os sofrimentos acabrunham-no [...]; clama o seu enfraquecimento, ostenta todos os sintomas do fim. [...]
Estamos a ir a reboque de um mundo que se evade; esquecemos os tempos que aí vêm. Estamos ávidos de atualidade, mas não temos em consideração o julgamento que se aproxima. Não acorremos ao encontro do Senhor que chega. [...]
Convertamo-nos irmãos, convertamo-nos depressa. [...] O Senhor, pelo fato de tardar, de ainda esperar, revela o Seu desejo de nos ver voltar para Ele, o desejo de que não pereçamos. Na Sua grande bondade, dirige-nos sempre estas palavras: «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, de maneira que ele tenha a vida» (Ez 33,11). Convertamo-nos, irmãos; não tenhamos medo de o tempo estar a acabar. O tempo do Autor do tempo não pode ser encurtado. A prova disso é aquele malfeitor do Evangelho que, na cruz e na hora da sua morte, escamoteou o perdão, se apoderou da vida e, ladrão do paraíso com arrombamento, conseguiu penetrar no Reino (Lc 23,43).
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