Santo Efrém da Síria
Efrém da Síria ou Efrém, o Sírio (em aramaico/siríaco: ܐܦܪܝܡ ܣܘܪܝܝܐ, Mor/Mar Afrêm Sûryāyâ; em grego: Ἐφραίμ ὁ Σῦρος; em latim: Ephraem Syrus; ca. 306 – 373 d.C.) foi um prolífico compositor de hinos e teólogo do século IV d.C.. Ele é venerado por cristãos do mundo inteiro, mas especialmente pela Igreja Ortodoxa Síria, como um santo. Efrém escreveu uma grande variedade de hinos, poemas e sermões de exegese bíblica, em verso e em prosa. Eram obras de teologia prática para a edificação da igreja em tempos turbulentos.
A recém-escavada Igreja de Tiago de Nisibis
em Nisibis, onde Efrém ensinou e ministrou.
Suas obras eram tão populares que, por séculos após a sua morte, os autores cristãos escreveram centenas de obras pseudepígrafes em seu nome. As obras de Efrém são testemunhas de uma forma mais antiga de cristianismo na qual as ideias ocidentais tinham pouca influência.
Hino contra Bar Daisan
(Santo Efrém da Síria)

A recém-escavada Igreja de Tiago de Nisibis
em Nisibis, onde Efrém ensinou e ministrou.
Suas obras eram tão populares que, por séculos após a sua morte, os autores cristãos escreveram centenas de obras pseudepígrafes em seu nome. As obras de Efrém são testemunhas de uma forma mais antiga de cristianismo na qual as ideias ocidentais tinham pouca influência.
Fonte: Wikipedia
Hino contra Bar Daisan
(Santo Efrém da Síria)
Há um Ser, que se conhece a Si mesmo
e se vê a Si mesmo.
Ele habita em Si mesmo
e a partir de Si mesmo se desdobra.
Glória ao seu Nome.
Este é um Ser que,
por sua própria vontade,
está em todo lugar,
é invisível e visível,
manifesto e escondido.
Ele está em cima e embaixo.
Familiar e condescendente
por sua graça entre os pequenos;
mais sublime e mais exaltado que os importantes,
como convém à sua glória.
O veloz não pode exceder sua presteza,
nem o retardatário ir além da sua paciência.
Ele está antes de tudo e depois de tudo,
em meio a tudo.
Ele é como o mar,
e toda a criação se move n'Ele.
Como as águas envolvem os pés
em todos seus movimentos,
assim o Criador está vestido com toda a criatura,
com o grande e o pequeno.
E como os pés estão escondidos na água,
assim estão escondidos em Deus
a altura e a profundidade,
o distante e o próximo,
e os seus habitantes.
E como a água se encontra com os pés
onde quer que vão,
assim Deus se encontra com todo o que caminha.
E como a água toca o peixe em cada volta que faz,
assim Deus acompanha e observa
cada homem em todos seus atos.
Os homens não podem mover a terra,
que é seu carro,
assim tampouco ninguém
se afasta do Único Justo, que é seu sócio.
O Único Bom está unido ao corpo,
e é a luz dos olhos.
Um homem não é capaz de escapar de sua alma,
pois ela está com ele.
Nem tampouco há homem escondido do Bom,
pois Ele o envolve.
Como a água envolve o peixe e este o sente,
assim também todas as naturezas sentem a Deus.
Ele se difunde no ar,
e com teu alento ingressa no mais íntimo de ti.
Ele está unido à luz,
e ingressa quando tu vês, por teus olhos.
Ele está unido ao teu espírito,
e te examina a partir de dentro, para saber quem és.
Ele habita em teu espírito,
e nada do que está no teu coração lhe é oculto.
Como a mente precede o corpo em todo lugar,
assim Ele examina tua alma antes de tu a examinares.
E como o pensamento precede em muito o ato,
assim seu pensamento conhece de antemão
o que tu planejarás.
Comparado com sua impalpabilidade,
tua alma é corpo e teu espírito carne.
Ele, que te criou,
é alma de tua alma,
espírito de teu espírito,
distinto de tudo,
e unido a tudo,
e manifesto em tudo,um grande prodígio
e um esconderijo maravilhosamente insondável.
Ele é o Ser cuja essência
nenhum homem é capaz de explicar.
Este é o Poder cuja profundidade é inexpressável.
Entre as coisas visíveis e entre as coisas ocultas,
não há nada que se compare a Ele.
Este é Aquele
que criou e formou do nada tudo o que és.
Deus disse:
- Faça-se a luz!
Uma coisa criada.
Ele fez a escuridão e se fez a noite.
Observa: uma coisa criada.
Fogo nas pedras,
água nas rochas:
o Ser os criou.
Há um Poder que os tirou do nada.
Contempla, também hoje,
o fogo não está armazenado na terra.
Olha! É continuamente criado
por meio de pederneiras.
É o Ser quem ordena sua existência
por meio d'Ele mesmo, que o sustenta.
Quando Ele quer, o acende,
quando Ele quer, o apaga,
para chamar à atenção ao obstinado.
Em uma grande alameda
se acende o fogo pela fricção de um madeiro.
A chama consome,
se move forte,
e ao final se apaga.
Se fogo e água são seres e não criaturas,
então, antes que a terra fosse,
onde estavam ocultas suas raízes?
Quem quiser destruir sua vida,
abra sua boca para falar de tudo.
Quem quiser odiar a si mesmo
e não se circunscrever a Deus
pensa ser uma grande impiedade
alguém crer em um erudito.
E se pensa que disse a última palavra,
alcançou o Paganismo.
Ó Bar Daisan,
filho do rio Daisa,
cuja mente é líquida como seu nome!
* * *
Fonte: Veritatis Splendor (http://www.veritatis.com.br)
Tradução: Carlos Martins Nabeto
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