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Santo Ambrósio (337-397).

Hino a São Lourenço.
Santo Ambrósio.
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São Lourenço sofreu o martírio durante a perseguição de Valeriano, em 258. Era o primeiro dos sete diáconos da Igreja romana. Sua função era muito importante e o fazia, depois do papa, o primeiro responsável pelas coisas da Igreja. Como diácono, São Lourenço tinha o encargo de assistir o papa nas celebrações e administrava os bens da Igreja, dirigia a construção dos cemitérios, olhava pelos necessitados, pelos órfãos e viúvas. Foi executado quatro dias depois da morte de Sisto II e de seus companheiros. Preso, foi intimado a comparecer diante do prefeito Cornelius Saecularis, a fim de prestar contas dos bens e das riquezas que a Igreja possuía. Pediu, então, um prazo para fazê-lo, dizendo que tudo entregaria. Confessou que a Igreja era muito rica e sua riqueza ultrapassava a do Imperador. Foram-lhe concedidos três dias. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos. Anotou-lhes os nomes e os repassou à autoridade. Indignado, o governador condenou-o a um suplício especialmente cruel: amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente; em meio aos tormentos mais atrozes, ele conservou o seu "bom humor cristão", dizendo ao carrasco: Vira-me, que deste lado já está bem assado... Agora está bom, está bem assado... Podes comer!". O seu culto remonta ao séc. IV, sendo festejado a 10 de agosto.
O hino seguinte, composto por Santo Ambrósio (338-397), relatando a biografia do mártir Lourenço, faz parte de sua famosa Hinologia (canto ambrosiano), nascida a partir de 386. A hinologia ambrosiana alterna a recitação de um Salmo bíblico com o canto de um hino relacionado com a festividade do dia, a comemoração de um mártir etc.
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Hino a São Lourenço.


Santo Ambrósio.



Lourenço, o arcediago


quase um apóstolo,


imortalizado pela fé romana


com a coroa própria dos mártires.



Enquanto seguia o mártir Sisto,


um responso profético dele obteve:


"Cessa, filho, de afligir-te:


me seguirás daqui a três dias".



Não sentiu o temor do suplício


o designado herdeiro daquele sangue


que com o olhar piedoso contempla


o destino que logo será seu.



Já naquele mártir


o sucessor legítimo celebra


o triunfo de mártir, na posse como está


de um empenho marcado pela voz e pelo sangue.



Impõem-lhe de entregar em três dias


os tesouros eclesiais;


docilmente promete, não recusa,


acrescentando uma zombaria à vitória.



Que esplêndido espetáculo!


Reúne filas de pobres e exclama,


indicando aqueles míseros:


"Eis as riquezas da Igreja!".



Verdadeiras e perenes riquezas


são dos fiéis os pobres;


zombado o avaro se impacienta:


a vingança e as chamas apresta.


Queima-se por si o carnífice


e foge de suas próprias chamas:


"Virem-me", pede o mártir,


e ordena: "se está cozido, comam".

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