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Santo Agostinho (354-430).


Cristo consagrou sua mesa o mistério da paz
Santo Agostinho
Tradução de Jorge Luis


Nota do tradutor:

Esse trecho foi traduzido do espanhol e embora tenha feito com zelo e atenção encontrei dificuldades, por isso por uma questão de respeito ao leitor coloquei em vermelho os pontos difíceis que encontrei no texto em espanhol, ao passo que coloquei o trecho em espanhol abaixo para ser feita a comparação.

Cristo consagrou sua mesa o mistério da paz
Santo Agostinho
Tradução de Jorge Luis

O que você vê sobre o altar de Deus é um pão e um cálice: que dais testemunho com os vossos mesmos olhos. No entanto, vossa fé te ensina a ver no pão o corpo de Cristo, e no cálice o sangue de Cristo.

Eu te digo em breves palavras, e talvez a fé seja o suficiente, mas a fé deseja ser instruída. Poderias agora replicar-me: Você mandou-nos que creiamos, agora explica-nos para que possamos compreender. Pode, de fato, aflorar este pensamento na mente qualquer um: Sabemos de que se tornou carne, nosso Senhor Jesus Cristo, da Virgem Maria. De criança foi amamentado, alimentado, cresceu e chegou à idade da juventude, foi morto na árvore1, foi retirado da cruz, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia e no dia que ele queria, subiu ao céu levando o seu próprio corpo; dali há de vir a julgar os vivos e os mortos, está agora sentado à direita do Pai: Como pode ser o pão seu corpo? E a cálice, o que no cálice contém, como pode ser o seu sangue?

Estas coisas, irmãos, são chamadas sacramentos, porque uma coisa é o que vê e outra a que se ultrapassa o entendimento. O que se vê tem um aspecto corporal, o que ultrapassa o entendimento possui um fruto espiritual. Se você quiser compreender o corpo de Cristo, escuta o apóstolo, dirigindo-se aos fiéis: Vois sois o corpo de Cristo e seus membros.

Portanto, se você sois o corpo de Cristo e seus membros, sobre a mesa do Senhor está colocado o seu mistério: recebes o seu mistério. Ao que vocês respondem: Amém, e ao responder o confirma. Com efeito, se ele te diz: O corpo de Cristo, e respondes: Amém. Será um membro do corpo de Cristo e seu Amém será verdadeiro.

Por que, então, no pão? Para não trazer aqui nada de nossa colheita, escutemos o mesmo apostolo que falando deste sacramento diz: o pão é um, e assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo. Compreender e ser feliz: unidade, verdade, piedade, caridade. O pão é um só: quem é este único pão? Somos muitos, formamos um só corpo. Tem em conta que o pão não é um simples grão, mas muitos. Seja o que você vê e receber o que você é. Isto é o que disse o Apóstolo falando do pão. O que entendemos por cálice nos sugere claramente, embora sem o dizer-lo. Assim como para obter as espécies visíveis do pão foi que muitos grãos se fundem em uma única realidade, para que se verifique o que a Escritura Santa disse dos fiéis: Todos pensavam e sentiam o mesmo, e o mesmo sucede com o vinho. Recordam-se, irmãos, como o vinho é feito. São muitos grãos que compõem o cacho, mas o sumo dos grãos se confunde em uma realidade.

Assim também, Cristo, o Senhor, selou-nos ,pois queria que a ele pertencêssemos, consagrando na sua mesa o mistério da paz e da nossa unidade. O que recebe o mistério da unidade e não manter o vínculo da paz, não recebe o mistério em seu favor, mas como um testemunho contra ele.


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Nota:


1. Árvore: Alusão a “árvore do conhecimento do bem e do mal”, de Gênesis, onde começou o pecado original e a árvore, a “cruz”, onde renasce a nossa salvação, em Cristo Jesus.



Em Espanhol:


Cristo consagrou sua mesa o mistério da paz


Esto que veis sobre el altar de Dios es un pan y un cáliz: de ello dan testimonio vuestros mismos ojos; en cambio, vuestra fe os enseña a ver en el pan el cuerpo de Cristo, y en el cáliz la sangre de Cristo.

Os lo he dicho en breves palabras, y quizá a la fe le sea suficiente; pero la fe desea ser instruida. Podríais ahora replicarme: Nos has mandado que creamos, explícanoslo para que lo entendamos. Puede, en efecto, aflorar este pensamiento en la mente de cualquiera: Sabemos de quién tomó la carne nuestro Señor Jesucristo: de la Virgen María. De niño fue amamantado, alimentado, creció, llegó a la edad juvenil, fue muerto en el madero, fue bajado de la cruz, fue sepultado, resucitó al tercer día y, el día que quiso, subió al cielo llevándose allí su propio cuerpo; de allí ha de venir a juzgar a vivos y muertos, allí está ahora sentado a la derecha del Padre: ¿cómo el pan puede ser su cuerpo? Y el cáliz, o lo que el cáliz contiene, ¿cómo puede ser su sangre?

Estas cosas, hermanos, se llaman sacramentos, porque una cosa es lo que se ve y otra lo que se sobreentiende. Lo que se ve tiene un aspecto corporal, lo que se sobreentiende posee un fruto espiritual. Si quieres comprender el cuerpo de Cristo, escucha al Apóstol dirigiéndose a los fieles: Vosotros sois el cuerpo de Cristo y sus miembros.

Por tanto, si vosotros sois el cuerpo de Cristo y sus miembros, sobre la mesa del Señor está colocado vuestro misterio: recibís vuestro misterio. A lo que sois respondéis: Amén, y al responder lo suscribís. En efecto, se te dice: El cuerpo de Cristo, y respondes: Amén. Sé miembro del cuerpo de Cristo y tu Amén será verdadero.

¿Y por qué, pues, en el pan? Para no aportar aquí nada de nuestra cosecha, escuchemos al mismo Apóstol, quien hablando de este sacramento dice: El pan es uno, y así nosotros, aunque somos muchos, formamos un solo cuerpo. Comprended y alegraos: unidad, verdad, piedad, caridad. El pan es uno: ¿quién es este único pan? Siendo muchos, formamos un solo cuerpo. Tened en cuenta que el pan no se hace de un solo grano, sino de muchos. Sed lo que veis y recibid lo que sois. Esto es lo que dijo el Apóstol hablando del pan. Qué es lo que hemos de entender por el cáliz nos lo insinúa claramente, aunque sin decirlo. Así como para obtener la especie visible del pan ha habido que fusionar muchos granos en una sola realidad, para que se verifique lo que la Escritura santa dice de los fieles: Todos pensaban y sentían lo mismo, lo mismo sucede con el vino. Recordad, hermanos, cómo se elabora el vino. Son muchos los granos que componen el racimo, pero el zumo de los granos se confunde en una realidad.

Así también, Cristo, el Señor, nos selló a nosotros, quiso que le perteneciéramos, consagró en su mesa el misterio de la paz y de nuestra unidad. El que recibe el misterio de la unidad y no mantiene el vínculo de la paz, no recibe el misterio en favor suyo, sino como testimonio contra él.

Fonte: Didascalion

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